Tomamos conhecimento de resolução
da Intersindical- Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, na
qual solicita-se da nossa parte uma auto-crítica sobre nosso procedimento por
ocasião da eleição do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista.
Em respeito aos militantes da
Intersindical e a todos que dela tomaram conhecimento, temos a dizer o
seguinte:
1-Nos últimos dois anos,
verificamos acentuar-se divergências entre nossas posições e as posições
defendidas por outros agrupamentos da Intersindical, não apenas em relação a
compreensão política do período que vivemos, mas também quanto ao funcionamento
da Intersindical.
2-Por ocasião do encontro de
Itapema-SC, em julho passado, manifestamos em nota entregue a dirigentes da
Intersindical nossa crítica a postura adotada quando da saída da UC da
Intersindical, em razão da conhecida postura dos dirigentes daquela organização
no que se refere à construção da Intersindical. Não concordamos com o conteúdo
da nota assinada em nome da Intersindical sobre o assunto. Além disso, não foi
discutida na coordenação.
3- Os problemas da gestão do
Sindicato dos Metalúrgicos de Santos eram conhecidos das direções das correntes
da Intersindical. Serginho, diretor do Sindicato tentou discutir esses
problemas na diretoria do Sindicato e na corrente à qual pertencia. Não
conseguiu. Ao contrário, sofreu uma campanha de desqualificação por parte de
integrantes da diretoria do Sindicato. Estava configurada uma tentativa de
isolar Serginho, manifestada pelo presidente e alguns diretores do Sindicato.
Essa tentativa advinha do fato de Serginho discordar das atitudes do
presidente, com assinar o acordo da PLR contra a disposição dos trabalhadores
entrarem em greve contra os valores oferecidos pela empresa.
4-Em dezembro de 2012, fomos
informados pelo presidente e pelo secretário geral do sindicato que a
participação do Serginho na chapa da Intersindical estava vetada. Solicitamos
imediatamente uma reunião para discutir a montagem da chapa. Todavia, tal
reunião só ocorreu na quarta-feira de cinzas, em Campinas. Avançamos, mas
esbarrávamos na resistência a se discutir as questões centrais da direção
sindical. A realidade desmontou todas as acusações contra Serginho.
5-Na reunião citada, tratamos
desses problemas e avançamos um pouco, ao que parecia, no caminho de superá-los.
A pedido dos dirigentes da Intersindical, marcamos nova reunião em Santos, na
semana seguinte. Todavia, nessa reunião, que ocorreu após várias horas de
espera do Serginho e do Aníbal, sem que nenhuma justificativa lhes fosse dada,
os referidos dirigentes repetiram as mesmas acusações feitas antes ao Serginho
e já esclarecidas em Campinas, num tom inaceitável entre companheiros.
6- Na impossibilidade de uma
discussão no âmbito da direção sindical, optamos por socializar a discussão dos
problemas do sindicato na categoria, sem apoiar nenhuma das chapas nas eleições
sindicais.
7-São esses, em resumo, os fatos
que inviabilizaram nossa aliança na referida eleição. Não é possível entrar em
detalhes, ainda que importantes, num documento como esse. Repudiamos os métodos
truculentos nas relações entre militantes, mas não nos assustamos com eles.
Estaremos prontos a debater o processo que levou a tal situação, quando
entendermos existirem condições adequadas a esse debate. Temos clareza que esse
debate vai além dos problemas específicos dos Metalúrgicos de Santos. Refletem
diferenças na concepção do trabalho sindical e da estratégia política da classe
operária.
ORGANIZAÇÃO COMUNISTA ARMA DA
CRÍTICA
S.Paulo, 10 de junho de 2013