A Conferência Nacional da Organização
Comunista Arma da Crítica aprovou por unanimidade uma saudação ao Levante
Antifascista de novembro de 1935.
Os levantes de novembro de 1935
ocorreram num contexto de ascensão do fascismo e também de intensificação da
luta antifascista no mundo e no Brasil. Com a crise de 1929, agravaram-se o
desemprego, a miséria e a fome no mundo capitalista. As contradições
interimperialistas se aprofundaram, colocando no horizonte a perspectiva de
guerra mundial. Na Alemanha, em janeiro de 1933, Hitler assume o poder com a
modalidade mais reacionária de fascismo, o nazismo. Por outro lado, na União
Soviética, o processo de construção do socialismo se constituía num contraponto
ao capitalismo e as propostas dos comunistas se colocavam como uma alternativa
concreta às duras condições de vida e trabalho do proletariado e dos povos em
todo o mundo.
No Brasil, criada no início de
1935, com forte influência do Partido Comunista do Brasil (PCB), a Aliança
Nacional Libertadora (ANL) defendia um programa democrático (contra o
integralismo no país e o nazifacismo no mundo), anti-imperialista e
antilatifúndio que marcou a história da luta de classes no país.
Amplas correntes políticas e
ideológicas se unificaram em uma "frente popular", sob o lema Pão,
terra e liberdade e mobilizaram parcelas consideráveis das
massas populares, com a formação de 1.600 núcleos pelo país e a organização de
manifestações públicas em várias cidades brasileiras.
Luiz Carlos Prestes, "O Cavaleiro da
Esperança", foi aclamado presidente de honra da ANL em 30 de março. Em
julho de 1935, alguns meses após sua fundação, a ANL foi colocada na
ilegalidade.
Nesse processo, o movimento
aliancista radicalizou-se e colocou na ordem do dia a luta pelo poder de Estado,
a insurreição. O primeiro levante ocorreu em Natal (RN) no dia 23 de novembro
de 1935. Seguiram-se os levantes militares em Recife (PE) no dia 24 e no Rio de
Janeiro (então capital federal) no dia 27. Os levantes foram reprimidos com
violência e milhares de revoltosos presos, vários barbaramente torturados, como
o dirigente da Internacional Comunista Harry Berger. Olga Benário e Prestes
foram presos em março de 1936. Olga, grávida, foi deportada para Alemanha sendo
encaminhada à prisão feminina da Gestapo – onde deu à luz a Anita. Foi levada depois
a campos de concentração nazistas, sendo assassinada em câmara de gás, em abril
de 1942, junto com outras prisioneiras. Prestes permaneceu preso até 1945.
A avaliação do Partido Comunista
do Brasil (PCB) e de alguns dirigentes da ANL sobre a correlação de forças na
época, de que o Brasil vivia uma situação revolucionária, se mostrou equivocada.
Cabe aos revolucionários e comunistas tirar lições dessa experiência histórica,
prestar homenagem e saudar os heróis de 1935. Companheiros que lutaram com
destemor pela solução de problemas que persistem até nossos dias. Lutaram contra
a dominação imperialista e o latifúndio; pela reforma agrária e pela liberdade
e democracia para o povo.
A Conferência também decidiu entregar esta
saudação a Anita Leocádia Prestes, por considerá-la legítima representante do
legado revolucionário de Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança.