terça-feira, 16 de julho de 2013

Resposta acerca dos fatos nas eleições do Sindicato dos Metalúrgicos da Santos

Tomamos conhecimento de resolução da Intersindical- Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, na qual solicita-se da nossa parte uma auto-crítica sobre nosso procedimento por ocasião da eleição do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista.
Em respeito aos militantes da Intersindical e a todos que dela tomaram conhecimento, temos a dizer o seguinte:

1-Nos últimos dois anos, verificamos acentuar-se divergências entre nossas posições e as posições defendidas por outros agrupamentos da Intersindical, não apenas em relação a compreensão política do período que vivemos, mas também quanto ao funcionamento da Intersindical.
2-Por ocasião do encontro de Itapema-SC, em julho passado, manifestamos em nota entregue a dirigentes da Intersindical nossa crítica a postura adotada quando da saída da UC da Intersindical, em razão da conhecida postura dos dirigentes daquela organização no que se refere à construção da Intersindical. Não concordamos com o conteúdo da nota assinada em nome da Intersindical sobre o assunto. Além disso, não foi discutida na coordenação.
3- Os problemas da gestão do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos eram conhecidos das direções das correntes da Intersindical. Serginho, diretor do Sindicato tentou discutir esses problemas na diretoria do Sindicato e na corrente à qual pertencia. Não conseguiu. Ao contrário, sofreu uma campanha de desqualificação por parte de integrantes da diretoria do Sindicato. Estava configurada uma tentativa de isolar Serginho, manifestada pelo presidente e alguns diretores do Sindicato. Essa tentativa advinha do fato de Serginho discordar das atitudes do presidente, com assinar o acordo da PLR contra a disposição dos trabalhadores entrarem em greve contra os valores oferecidos pela empresa.
4-Em dezembro de 2012, fomos informados pelo presidente e pelo secretário geral do sindicato que a participação do Serginho na chapa da Intersindical estava vetada. Solicitamos imediatamente uma reunião para discutir a montagem da chapa. Todavia, tal reunião só ocorreu na quarta-feira de cinzas, em Campinas. Avançamos, mas esbarrávamos na resistência a se discutir as questões centrais da direção sindical. A realidade desmontou todas as acusações contra Serginho.
5-Na reunião citada, tratamos desses problemas e avançamos um pouco, ao que parecia, no caminho de superá-los. A pedido dos dirigentes da Intersindical, marcamos nova reunião em Santos, na semana seguinte. Todavia, nessa reunião, que ocorreu após várias horas de espera do Serginho e do Aníbal, sem que nenhuma justificativa lhes fosse dada, os referidos dirigentes repetiram as mesmas acusações feitas antes ao Serginho e já esclarecidas em Campinas, num tom inaceitável entre companheiros.
6- Na impossibilidade de uma discussão no âmbito da direção sindical, optamos por socializar a discussão dos problemas do sindicato na categoria, sem apoiar nenhuma das chapas nas eleições sindicais.
7-São esses, em resumo, os fatos que inviabilizaram nossa aliança na referida eleição. Não é possível entrar em detalhes, ainda que importantes, num documento como esse. Repudiamos os métodos truculentos nas relações entre militantes, mas não nos assustamos com eles. Estaremos prontos a debater o processo que levou a tal situação, quando entendermos existirem condições adequadas a esse debate. Temos clareza que esse debate vai além dos problemas específicos dos Metalúrgicos de Santos. Refletem diferenças na concepção do trabalho sindical e da estratégia política da classe operária.

ORGANIZAÇÃO COMUNISTA ARMA DA CRÍTICA

S.Paulo, 10 de junho de 2013